HOMENS DE CORPO, MENTE E ESPÍRITO
Ciência
estuda a espiritualidade em consideração ao “Ser Integral”
(Gazeta
Centro-Sul. 05/07/2014. Por Patrícia da Silva Trasmontano)
No
1º semestre de 2014, tive a oportunidade de estar participando como ouvinte, do
I Simpósio Internacional de Espiritualidade na Prática Clínica, promovido pela
Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul – APRS, no Teatro da AMRIGS, em
Porto Alegre/ RS. Este evento de excelência, motivou-me a compartilhar com os
prezados leitores sobre alguns aspectos relacionados ao Homem, enquanto um “Ser
Integral”.
Em algum momento você questionou sobre “Qual é o sentido da vida?” “Será que há um propósito para que eu exista?” Ou “Onde posso encontrar forças para lidar com as dificuldades e sofrimentos cotidianos?” A percepção a estas e outras questões relacionadas com a existência humana, tem impulsionado a expansão de pesquisas científicas acerca do “Homem”, em sua integralidade: corpo /corpus/ - mente /psique/ - espírito /spiritus/.
Em algum momento você questionou sobre “Qual é o sentido da vida?” “Será que há um propósito para que eu exista?” Ou “Onde posso encontrar forças para lidar com as dificuldades e sofrimentos cotidianos?” A percepção a estas e outras questões relacionadas com a existência humana, tem impulsionado a expansão de pesquisas científicas acerca do “Homem”, em sua integralidade: corpo /corpus/ - mente /psique/ - espírito /spiritus/.
Apesar
de não ser algo novo, posto que desde os tempos antigos muitos pensadores e
filósofos questionaram sobre a constituição do Homem, atualmente, há uma nova
tendência de retorno a esta temática, mas sob a visão da Ciência. Com o evento
da física e contemplação da matéria, as dimensões psíquicas e espirituais
ficaram esquecidas à investigação e mensuração científica, e passaram a serem
mais valorizadas nos campos da Teologia, Psicologia, Filosofia e afins. Porém,
esta retomada vem sendo fortalecida a partir da compreensão do Homem, não apenas
como detentor de um corpo, mas de um ser que é dado a sua experiência ao mundo.
Ou seja, ele habita um corpo, que percebe, que é consciente ou não, que possui
essências, sonhos, desejos, aspirações, que age, que expressa emoções, que se
comunica e que estabelece relações com o que está a sua volta.
E
este pensamento tem contribuído, substancialmente, nas pesquisas científicas
relacionadas ao campo da saúde. Pois ao refletir o Homem como “Ser Integral”,
viabiliza-se o planejamento de ações voltadas a atender este indivíduo em seu
processo saúde-doença, reabilitação, cura e morte. A Organização Mundial de
Saúde – OMS, na década de 90, propôs a modificação do conceito de saúde “um
completo estado de bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência
de doença”, para “um estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental,
espiritual e social”. Percebe-se que além do aspecto “dinâmico”, surgiu também
a consideração da “dimensão espiritual”. E que constitui, um dos domínios, o
não material, na avaliação da Qualidade de Vida, em um instrumento criado pelo
Grupo WHOQOL, da OMS.
Segundo
o psiquiatra austríaco Viktor Emil Frankl (1905-1997), sobrevivente dos campos
de concentração nazistas, e criador da Logoterapia, conhecida também como
“Psicoterapia do Sentido da Vida”, diz que:
“O corpo não pode ser construído,
mas o mal-estar físico pode ser mitigado. A alma não pode ser consertada, mas o
distúrbio psíquico pode ser curado. O espírito não pode ser produzido, mas a
dimensão espiritual pode ser despertada”.
Assim, refletir as palavras de
Frankl, no contexto de saúde, conduz a noção de que um dos caminhos para o
Homem lidar com as situações provenientes de sua existência, transcende a
tratamentos, medicamentos, e ações políticas, mas segue ao encontro deste com a
sua espiritualidade.
Espiritualidade
esta que remete a busca de um significado e propósito para a vida; estabelecer
relações com um Ser Superior – Deus, com outras pessoas – comunhão, com a
natureza – preservação; fé e sistemas de crenças; e atitudes de compaixão,
solidariedade, respeito, perdão e cuidado. Nas palavras da escritora brasileira
Cora Coralina:
“(...) Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que
envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia,
lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove. E
isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida”.